A importância do ato de ler.
Paulo Freire...
RE CRIO
RE VIVO
RE ELABORO
RE LEMBRO
Muita coisa ganhou vida na minha “leituramundo”... As amoras que sujavam meu pé...os galhos que me escondiam das conseqüências das artes que aprontava...eram íntimos amigos. A porta verde de tinta látex que descascava e formava imagens na minha imaginação.
Já os “textos escritos”, não me lembro, agora, de grandes festas pelas conquistas... Como eu faço com os meus pequenos... Mas continuemos a ler...
Os textos, as palavras e as letras estavam encarnadas no som do assovio do meu pai que acalmava... No cheiro do bacon que a vovó fritava para colocar no feijão... No som da chuva no quintal fazendo poça... No verde das espadas de São Jorge que cercavam a entrada... Do passarinho de madeira que eu empurrava pelo quintal fazendo som nas asas e irritando o Piter o cachorro preto e branco vira-lata que não desgrudava...
O tapete da sala... Ah! O tapete “indiano” rsrs cheios de mosaicos que eu adorava ler. Foi ali que alguém brincou de palitinhos comigo... Formavam imagens e eu tinha que transformá-las em outras os mexendo em um número limite... Tardes de verão e muita chuva... Sem luz, olhávamos a chuva pela janela... Algumas vezes arriscava umas corridinhas para quebrar a “monotonia” que eu não tinha noção...
Hoje, desejo: eu poderia ter escrito isso na época (prodígio de menina! rs) assim não perderia a riqueza dos detalhes, cheiros,sensações, cores, formas, pessoas que a traição da memória provoca...
Lendo, hoje, nesse janeiro de 10, chuvoso de verão...re-leio momentos fundamentais de experiências da minha infância também, Paulo Freire!No celular questiono pais sobre esse fenômeno da descoberta da escrita...li precocemente...(será?porque será que isso soa como elogio e me intriga como coisas de mãe com “filhinha” mais velha...) manifestei interesse por placas de rua e outdoors ainda no Rio de Janeiro, gibis e revistas, do Yuri e da madrinha respectivamente...Depois na escolinha da Tia Vilma...o mundo de LEITURA de fato. Na escola dos sete anos: mudança de sala repentina pois era muito fraca! (ui!acariciando o ego!)Na TV “ tudo é mais difícil para quem não sabe ler” diz o locutor da propaganda do governo de incentivo à leitura.
Registros de Leitura... Hum!Vem à mente como livro significativo “Bem do meu tamanho” Ana Maria Machado ou Ana Clara Machado? Depois pesquiso na net. Essa experiência de ler Paulo Freire tem sido fazer arqueologia de mim mesmo...

Ao pegar um objeto, sinto o objeto e escrevo o nome do objeto, logo leio o nome do objeto e o objeto... Ninguém pode fazer isso por mim... É um processo solitário de modo especial o sentir, escrever e ler... São únicos! Mas para comunicar uma idéia do que eu senti escrevo objeto e o outro (que pode ser o educador) entende... Porque sente, escreve e lê... Mágico isso!
Taí, mais que guaraná é uma afirmação de uma ótima idéia...o processo e programa de alfabetização deveriam vir do grupo,do seu universo expressando a linguagem e comunicação, anseios, inquietações, reivindicações e sonhos. Será que foi assim quando eu comecei a ler as primeiras palavras? Assim cheias de minha experiência existencial e não das minhas professoras...kkkk Duvido!

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...podas...quando você comenta eu posso crescer...pensar...amadurecer a idéia...